Por se tratar de um assunto pertinente, que levanta sérias questões sobre a originalidade dos restauros, resolvi escrever algumas linhas a expor a minha opinião.
A Jawa pérak é uma verdadeira relíquia. Depois de ter sido desenvolvida em segredo na Checoslováquia durante a ocupação nazi, foi considerada a mota mais evoluída do mundo em em 1946, num contexto em que a maioria das fábricas de motos retomavam a produção de modelos obsoletos, depois de terem estado a produzir material de guerra.A questão sobre o depósito é pretinente, pois é um tema com a qual já me deparei várias vezes, mas não consegui chegar a uma conclusão precisa. Pela minha experiência, em Portugal, todas as jawas que encontrei, até 1975, possuem depósito cromado. O mesmo não se pode dizer das ČZ, que surgem com algumas variações cromáticas muito peculiares. Contudo, depois de ter frequentado várias feiras na Rep. Checa, há alguns anos, deparei-me ao nível do tanque de combustível, com algumas configurações, diferentes das mais comuns, encontradas em Portugal.
Encontrei depósitos cromados, depósitos pintados de cinzento metalizado onde outras eram cromadas e até pintados de uma só cor, como a do Reynaldo. Algumas seriam pintadas por opção no âmbito de uma reparação mais económica, mas concerteza que muitas seriam de fábrica.

A jawa e a ČZ foram exportadas para muitos países e igualmente produzidas em vários, entre os quais o Brasil, pelo menos com o modelo 450, da ČZ, com 175cc, de 1961, produzida pela ACEIL. Tal facto justifica, a meu ver, as inúmeras variáveis estéticas encontradas de fábrica, resultantes da adaptação ao mercado de cada país. Sendo a cromagem uma opção cara, não é de admirar a existência de jawas integralmente pintadas, por serem mais económicas.
É um vídeo da fábrica da JawaCZ de Strakonice. Nele pode observar depósitos pintados de cinzento na lateral, em vez de cromados, embora não de uma só cor.
Para além disso deixo uma recolha de fotos que tirei nas feiras da Rep. Checa.