domingo, 5 de abril de 2009

E99 music club - Stodolní Ulice

Em Agosto de 2005 cheguei à Rep. Checa. Fiquei as primeiras três semanas na cidade de Ostrava, onde tirei o curso EILC, de língua e cultura checa, antes de ir para Praga, cidade onde estive durante os 8 meses seguintes. Em Ostrava existe uma rua, a Rua Stodolní, conhecida pelos seus bares. No fim desta rua existe um bar: o E99 music club, onde esta Jawa ČZ 354 foi fotografada pelo meu amigo Ricardo.
Daniel Moutinho 

terça-feira, 31 de março de 2009

Depósito cromado? ou não?

Recentemente, fui contactado por Reynaldo Camide Filho, um brasileiro que acabou de adquirir uma Jawa Pérak 250cc de 1947, praticamente completa, a qual apelidou “de viuvinha, pois passou a vida toda solitária encostada primeiramente em uma fazenda e depois 26 anos em uma oficina abandonada”.
Porém, tem uma dúvida quanto à originalidade do depósito: ao contrário do que tem encontrado, esta mota apresenta um depósito pintado e não cromado. Diz ainda que lixou o depósito até à chapa e não encontrou vestígios de uma eventual cromagem. Foi, por esta razão, e no sentido de se esclarecer que me contactou.

Por se tratar de um assunto pertinente, que levanta sérias questões sobre a originalidade dos restauros, resolvi escrever algumas linhas a expor a minha opinião.

A Jawa pérak é uma verdadeira relíquia. Depois de ter sido desenvolvida em segredo na Checoslováquia durante a ocupação nazi, foi considerada a mota mais evoluída do mundo em em 1946, num contexto em que a maioria das fábricas de motos retomavam a produção de modelos obsoletos, depois de terem estado a produzir material de guerra.
A ques
tão sobre o depósito é pretinente, pois é um tema com a qual já me deparei várias vezes, mas não consegui chegar a uma conclusão precisa. Pela minha experiência, em Portugal, todas as jawas que encontrei, até 1975, possuem depósito cromado. O mesmo não se pode dizer das ČZ, que surgem com algumas variações cromáticas muito peculiares. Contudo, depois de ter frequentado várias feiras na Rep. Checa, há alguns anos, deparei-me ao nível do tanque de combustível, com algumas configurações, diferentes das mais comuns, encontradas em Portugal.

Encontrei depósitos cromados, depósitos pintados de cinzento metalizado onde outras eram cromadas e até pintados de uma só cor, como a do Reynaldo. Algumas seriam pintadas por opção no âmbito de uma reparação mais económica, mas concerteza que muitas seriam de fábrica.


A jawa e a ČZ foram exportadas para muitos países e igualmente produzidas em vários, entre os quais o Brasil, pelo menos com o modelo 450, da ČZ, com 175cc, de 1961, produzida pela ACEIL. Tal facto justifica, a meu ver, as inúmeras variáveis estéticas encontradas de fábrica, resultantes da adaptação ao mercado de cada país. Sendo a cromagem uma opção cara, não é de admirar a existência de jawas integralmente pintadas, por serem mais económicas.
Só para dar outro exemplo, na Alemanha é frequente encontrem-se jawas com as malas lateriais cromadas, assim como a carenagem do farol dianteiro e os amortecedores trazeiros. Em portugal a jawa 250 modelo 559 apenas foi comercializado em preto, apesar de eu ter encontrado vermelhas na república checa.Como prova dos factos que estou a escrever deixo o seguinte link: http://www.youtube.com/watch?v=fak0fJtkX9g&feature=related
É um vídeo da fábrica da JawaCZ de Strakonice. Nele pode observar depósitos pintados de cinzento na lateral, em vez de cromados, embora não de uma só cor.
Para além disso deixo uma recolha de fotos que tirei nas feiras da Rep. Checa.
Daniel Moutinho