domingo, 27 de julho de 2008

Česká Zbrojovka

Este post é publicado com o objectivo, não só de conhecer um pouco mais sobre a história da ČZ, mas sobretudo partilhar as minhas últimas descobertas online sobre esta fábrica, nomeadamente um vídeo (anos50) e fotos (anos 60) da linha de montagem em Strakonice.

Česká Zbrojovka é um fabricante não só conhecido pelas suas armas de fogo, como também pelas suas motas ČZ.

Fundada em 1919 estabelece-se como uma empresa da Skoda de dedicada ao armamento, sedeada em Strakonice, Checoslováquia.

Em 1929 dedica-se à produção de bicicletas, depois da aquisição de uma fábrica de peças de bicicleta em Kralupy, e em 1932 produz bicicletas com motor – ČZ 76cc kaktus. Em pouco tempo a fábrica de Strakonice torna-se no maior construtor de motociclos da Checoslováquia.

foto00: ČZ 76cc kaktus . (http://www.autogallery.org.ru/m/cz.htm)

Durante a 2ª Grande Guerra, durante a ocupação Nazi, a fábrica foi convertida para a produção de guerra.

Como a maioria das grande companhias industriais, foi nacionalizada em 1946 a fábrica de Strakonice deixou de produzir armas devido à situação política do pós-guerra.

foto01: Linha de montagem em Strakonice. . (http://sechtl-vosecek.ucw.cz/en/cml/dir/CZ-Strakonice-factory.html)foto02: Linha de montagem em Strakonice. jawa-cz(?) 450/ 470 (?). (http://sechtl-vosecek.ucw.cz/en/cml/dir/CZ-Strakonice-factory.html)foto03: Linha de montagem em Strakonice. (http://sechtl-vosecek.ucw.cz/en/cml/dir/CZ-Strakonice-factory.html)foto04: Linha de montagem em Strakonice. jawa-cz(?) 450 (175cc). (http://sechtl-vosecek.ucw.cz/en/cml/dir/CZ-Strakonice-factory.html)foto05: Linha de montagem em Strakonice. (http://sechtl-vosecek.ucw.cz/en/cml/dir/CZ-Strakonice-factory.html)

foto06: Linha de montagem em Strakonice. (http://sechtl-vosecek.ucw.cz/en/cml/dir/CZ-Strakonice-factory.html)

Em 1948 a ČZ funde-se com a sua principal rival, Jawa, com o objectivo de racionalizar e integrar as suas capacidades produtivas, dentro do processo de nacionalização da indústria de motociclos na Checoslováquia.


Video01: Linha de montagem em Strakonice. Nestas imagens é possível identificar o modelo Jawa ČZ 356 (175cc), ao qual, coincidentemente, foi dedicado o último post. Realço o valor histórico e documental deste pequeno filme, pela escassa, vaga e imprecisa informação existente sobre a fábrica de onde saíram muitas das nossas fantásticas máquinas. Simplesmente incrível.

Embora estas duas marcas se tenham juntado, partilhado componentes e comercializado máquinas com a marca Jawa ČZ, - nomeadamente os modelos 351 (125cc), 352 (150cc), 353 (250 cc), 354 (350cc), 355 (125cc) 356 (175cc), 450(?) (175cc) – por razões práticas a ČZ ficou com os modelos de 125cc a 175cc e a Jawa de 250cc a 500cc, desenvolvendo em paralelo, percursos independentes na competição (tema a desenvolver futuramente).

Fontes: http://www.autosoviet.altervista.org; http://www.cezetmania.info/; http://www.motoesporte.com.br; http://en.wikipedia.org/; http://www.czas.cz/; http://www.paralumun.com/; http://sechtl-vosecek.ucw.cz; http://www.autogallery.org.ru/m/cz.htm http://sechtl-vosecek.ucw.cz; http://www.autogallery.org.ru/m/cz.htm


segunda-feira, 21 de julho de 2008

Sr. Manuel Cruz – Jawa Cz 356, 175cc, de 1959


Lançado em 1956, juntamente com o modelo 355 de 125cc, a 356 de 175cc faz parte da nova geração de motas que a partir de 1954 começou a usar suspensão hidráulica, dianteira e trazeira, dando origem ao apelido “Kyvačka” - em Checo – ou “Swinger” – em Inglês. Este “nickname”  tenta definir o balancear, ou, se quisermos, o conforto proporcionado pela qualidade dos novos amortecedores, mais eficazes na absorção das irregularidades do piso, que propiciavam uma condução mais agradável. 

Esta e outras inovações – como as malas laterais maiores, selim duplo inteiriço, alavanca de velocidades e de kick starter 2 em 1, etc - devem-se à parceria com outra marca Checoslovaca consagrada, não só na produção de motociclos, como também de armamento: a čz - česká Zbroyovka (ler cheskáa zbroiovka).

A mota em questão pertence ao nosso membro nº3, o Sr. Manuel Cruz, de S. Romão do Coronado.

Num estado de conservação e adulteração que exigiam especiais cuidados de diagonóstico ao nível do motor e componentes originais, esta Jawa-čz foi alvo de um restauro minucioso, coerente e despretencioso. 

Com grande esforço financeiro, organização e paciência, esta máquina foi toda desmontada e reparada de mecânica. Para além disso, foi montada com vários componentes novos, invariavelmente as borrachas e cabos, que estavam muito degradados, entre outros. Sem entrar com pormenores muito técnicos, é de salientar o cuidado prestado ao detalhe, assim como a vontade de preservar a tonalidade e tratamento original de todas as superfícies, nomeadamente as de alumínio, que normalmente tendem a ser polidas de modo exagerado, adquirindo um brilho que se confunde com o dos cromados. Para além disso foram montados pneus Mabor novos, de época, comuns nestas motas em Portugal.

Em nota de conclusão, é importante referir que esta máquina, apesar de estar completamente funcional, ainda se encontra em fase final de restauro, aguardando, entre outras peças, um par de ponteiras de escape em forma de “rabo-de-peixe”.

Aqui ficam algumas observações de alguém que interviu e viveu na 1ªpessoa a recosntrução desta 356  - André Cruz (filho do Sr. Manuel Cruz, dono):

"Pontos fortes/fáceis do restauro: 
O material, como por exemplo, componentes do motor, é bastante robusto e menos susceptivel a desgaste comparativamente com motas de outras marcas. Suspensão, óptica (...) dianteira por exemplo, foram tambem materiais de fácil restauro.

Pontos fracos/dificeis do restauro:
A aquisição de algumas peças originais (claxon, fêmeas de escapes, acento 'viola', farolím traseiro, etc...) , que por motivos de tuning, ja não faziam parte da mota.  E ainda outros componentes que necessitavam de ser substituídos - conjunto de cabos e borrachas por exemplo - (aproveita-se para agradecer, mais uma vez, a valiosa ajuda do Daniel Moutinho).
A pintura, como foi caseira e por mãos não muito experientes (as nossas) foi-nos difícil e morosa.
Por fim, quando a mota já se encontrava toda
restaurada, e já com alguns quilómetros, apareceu o derradeiro obstáculo... A parte eléctrica...e o 'carregar da bateria'!

Após algumas tentativas falhadas, a jawa parou nas mãos de um sábio eletricista automóvel (da velha guarda) de S. Mamede do Coronado, e até hoje, só precisa mesmo de gasolina e alguém que lhe rode o punho com classe ;)."

Fontes: http://www.motoesporte.com.br; http://www.jawa-cz.com; http://www.czub.cz/

domingo, 20 de julho de 2008

A primeira Jawa

František Janeček (ler frantijec ianachec) é o nome do engenheiro checoslovaco que patenteou a marca Jawa em 1929. Janeček começou por ser um fabricante de munições, que enriqueceu durante a 1ª Guerra Mundial, tendo sido  inventor da famosa granada de mão.

Com o terminus da grande querra a indústria de armamento entrou em declínio. Foi então que o engenheiro checoslovaco decidiu diversificar a oferta da sua empresa, optando por se lançar no mercado das motociclos, mesmo existindo na altura 21 fabricantes no seu país. Eram sobretudo marcas estrangeiras em paralelo com uma minoria nacional, todas com uma produção de pequena escala.

Perante a necessidade de rapidamente entrar no mercado, não tinha ainda o “know how” suficiente para produzir um motor próprio. Foi então que adquiriu a licença de produção da alemã Wanderer Kardan 500, um modelo com motor a 4 tempos que se tentava assumir como concorrente da BMW pelo uso de um veio de transmissão e não da tradicional corrente.

O nome JAWA surge da conjugação do nome dos dois fabricantes: JAneček e WAnderer.

A Wanderer era na altura uma prestigiada marca alemã, de Chemnitz, que iniciou a sua produção em 1902. Era sinónimo de qualidade e design avançado, como conseguiu provar durante a 1ª Grande Guerra, ao fornecer quase metade do exército alemão com as suas motas.

Contudo, o modelo em questão apresentava vários problemas, uma vez que não tinha sido suficientemente testado pela pressa de o colocar em  produção. Foi alvo de sucessivas reparações e melhorias a longo do seu ciclo de produção, originando grandes perdas financeiras para a Wanderer. Perante esta situação, a fábrica de Praga demonstrou interesse em comprar a licensa de produção deste modelo, conseguindo negociar também a linha de montagem completa e todas as peças incabadas.

Alvo de alguns aperfeiçoamentos, a Wanderer Kardan 500 foi redenomidada Jawa 500 OHV (overhead-valve) na fábrica checoslovaca. Dentro das alterações mais evidentes, a versão produzida pela Jawa apresentava uma forqueta em chapas de aço prensado, semelhante ao quadro, e não a de estrutura tubular primitiva; depósito de combustível em forma de gota, mais arredondado e volumoso; lubrificação da colaça; bielas roletadas e novo cárter, entre outros aperfeiçoamentos.

fontes:http://www.jawa.nl; http://jawaclub.com;http://www.mz-b.de; DE CET, Mirco - “The Complete Encyclopedia of World Motorcycles”

sábado, 19 de julho de 2008

A primeira mota


A criação do primeiro veículo motorizado com duas rodas, ou se quiserem, da primeira mota não é uma questão linear. O facto é que existem pelo menos duas versões, ambas válidas do meu ponto de vista.

Na primeira atribui-se a Sylvester Roper a autoria da primeira mota. Durante a Guerra Civil Americana trabalhou num armazém de armas em  Springfield, interessando-se pelas máquinas movidas a vapor. Em 1868 este americano constrói o primeiro veículo de duas rodas auto-movido, com propulsão a vapor. Embora tenha sido uma ideia genial e avançada para a época, não teve muito mercado.

Na segunda, Dezassete anos depois de Roper, em 1885, o engenheiro alemão Gottlieb Daimler patenteia o seu veículo de duas rodas com motor de combustão interna, a gasolina. Daimler surge na história não só associado à criação da primeira mota, como do seu motor, o primeiro de combustão interna bem sucedido, assim como do primeiro automóvel (1886), com Karl Benz, outra figura histórica de destaque na engenharia mecânica automóvel.

Fontes: http://www.uh.edu/engines/epi1286.htmhttp://www.stanleymotorcarriage.com/SteamPacingBike/index.htm; http://www.wired.com; /science/discoveries/news/2007/08/dayintech_0830#

terça-feira, 8 de julho de 2008

www.jawamarkt.cz

Atenção! Não aconselho este site para a aquisição de peças online. O serviço é deficiente e pouco eficaz, visto que têm havido várias reclamações. É um facto de lamentar, uma vez porque apresenta uma oferta interessante e muito completa em peças para os vários modelos Jawa e CZ. Podem consultar o "guestbook" do mesmo site para terem uma noção do feedback (escasso ou mesmo inexistente) dado aos clientes.
Cumprimentos