segunda-feira, 18 de outubro de 2010

1º Encontro Jawa/cz - 16-10-2010


Este 1º encontro jawa-Cz superou as expectativas a vários níveis. Um encontro organizado e realizado com objectivos modestos, conseguiu reunir 15 motas, que na sua maioria se constituem como exemplares raros.

De um modo claro, a Jawa 559 distinguiu-se como o modelo mais comum, mas não menos carismático. Dotada de grande identidade, tanto do ponto de vista estético como da performance, todas as 559 se demonstraram vigorosas e fiáveis ao longos dos 130 km percorridos.

Uma boa surpresa foi a Jawa perak modelo 11 de 1947, e a jawa cz 352 de 1954, ambas do António (conhecido como Toninho de Arouca) que veio com o irmão Miguel de Sta Maria da Feira juntamente com o amigo Manuel (559), que envergonharam a minha Cezeta de 1961 e aCZ 450 de 1961 do Sr Fernando Campos com a velocidades de ponta invejáveis, comprovando e agilidade daqueles modelos, que, embora fosses dos mais antigos presentes, se encontravam em óptimas condições. Vitor, se não fosses tu a defender a honra das 175cc com a tua Cz 477...

A Cz 150c do Sr Adalberto Figueiras, de 1953, voltou a demonstrar que uma "pequena perak", como é apelidada na Rep. Checa, consegue a companhar uma twin nas subidas mais íngremes!

Imbatível é a jawa cz 353 /05 do sr Ruas! será que só tem 250cc? Aquilo deve ter uns pózinhos prelimpimpím! só pode! Anda que se farta! Não sei as duas twin que apareceram, a 634 e a 639 conseguiram fazer frente!

Com este simples encontro consegue-se perceber, grosso modo, as várias fases destas duas marcas no pós 2ªGuerra, o que têm em comum e o que as distingue entre si, senão vejamos:

- a Perak, que concentra as inovações desenvolvidas em segredo durante a 2º grande guerra e que desvenda, de modo irrefutável a tecnologia que caracterizará o percurso das duas marcas nos 30 anos seguintes

- a Cz 150c que é produzida numa altura em que as duas marcas já partilham vários componentes, surgindo como uma Perak mais pequena revelando a vocação da Cz confinada a modelos de menor capacidade, atacando um mercado distinto da jawa.

-a jawa cz 352, que usa o mesmo motor da Cz 150c, montado num quandro com uma nova geometria e tecnologia de suspensão, numa altura em que jawa e cz são uma única marca, a Jawa-cz. Os modelos até 175 cm são produzidos em Strakonice, nas instalações da CZ, e os modelos de maior capacidade são produzidos na fábrica da Jawa, em Týnec nad Sázavou, a 50km a sul de Praga, como o modelo 353, também presente.

- a A Cezeta 502 e a CZ 450, que embora sejam motas com vocações claramente diferentes, partilham um motor com a mesma arquitectura, salvo ligeiras diferenças ao nível da refrigeração (forçada no caso da cezeta). De apenas 1 escape e com mais 1,5 cv com os modelos antecessores de motor jawa-cz, nomeadamente a cezeta 501 e a jawa-cz 356, distinguem-se por alguns requintes na construção e pela paleta de cores disponível nas CZ's a partir desta década de 60.

- O modelo 559 da jawa que se apresenta como o mais comum em Portugal e no mundo. Com mais 2cv que o modelo 353 que vem substituir, comprova que, mesmo entre 63 e 74, a tecnologia apresentada na Perak, ainda dá cartas.

- OOs anos 70 apresentam-se como anos de decadência para ambas as marcas, pois não têm meios para evoluir o já muito espremida mecânica da Perak, de modo a fazer frente às implacáveis japonesas. Perante uma realidade política e económica que pouco favorecia a inovação, foram produzidos modelos de combate às japonesas, com argumentos essencialmente estéticos. Desta realidade histórica, destaco a bela Cz 477 do Vitor Machado, que se destaca pela equilíbrio e fiabilidade mecânica quando comparada com os exemplares bicilíndricos da jawa, a 634 e 639, que, embora mais recentes, denotam as fragilidades das marcas, que, por falta de meios, insistem em concorrer nos anos 80, com os mesmos argumentos tecnológicos dos anos 50.

- - Em tom de conclusão, pode-se dizer que estas duas marcas geraram um produto extremamente inteligente, diria até um caso de estudo na área do desenho industrial e da engenharia mecânica, pois demonstram a sobrevivência de um conceito ao longo de várias décadas, reinterpretado de modo a adaptar-se a diferentes mercados, contextos económicos sociais e temporais. Mais do que as suas motas, a jawa e a Cz reflectem uma lógica de produção em massa. Conhecem mais alguma marca de motas cujos modelos partilham componentes produzidos ao longo de mais de 30 anos?

4 comentários:

Adalberto Figueiras disse...

Olá amigo Daniel!
Parabéns por mais esta aula de conhecimento da origem das nossas máquinas e pelos comentários acerca do nosso encontro, estou certo que com este tipo de atitude e paixão por estas BELEZAS para o proximo encontro seremos muitos mais, ninguem que realmente goste de uma menina assim vai querer ficar de fora.
Um abraço AMIGO Adalberto Figueiras.

Anónimo disse...

Pena não ter sabido deste encontro atempadamente, pois teria sido mais um a ir. Tenho uma jawa cz 175cc, embora velhota ainda roda.
Espero que para o ano haja outro, e que seja no meu Alentejo, que assim como estas maquinas, também ele é lindo. Abraço Sérgio Costa

nupi disse...

louvável este encontro.
Foi pena não ter sabido pois também teria participado.
Vou estar mais atento.
Parabéns e um abraço a todos os amantes destas máquinas.

REYNALDO GOMIDE F disse...

TEM FOTO DA 1947
PARABENS A TODOS PARTICIPANTES DO ENCONTRO DESTAS MARAVILHAS ANTIGAS
UM ABRAÇO DO OUTRO LADO DO ATLANTICO SÃO PAULO BRASIL
REYNALDO